.
Acessibilidade
.
.
.
.
.
O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
.
.
.
Lucélia é cidade mãe de outras cidades da Nova Alta Paulista. Conheça um pouco mais sobre pioneirismo, ousadia, pujança econômica e outros marcos importantes da sua história.
Em 1914 foi iniciado um trabalho de demarcação de terras na região onde hoje está localizada Lucélia. Esse trabalho foi concluído em 1918. A colonização dessa região se iniciou em 1927, com a abertura e formação de fazendas, entre as quais as primeiras delas, Fazenda Baliza e a seguir Fazenda Santa Cecília, para onde se instalaram imigrantes, sobretudo russos e eslavos.
Em 1929 foi construído o primeiro rancho, num determinado local que deu o nome de “Zona da Mata”, origem da atual Lucélia, com cerca de 12 casas, cemitério e algumas chácaras, quando a venda de lotes do novo povoado foi feita pela CAIC (Companhia de Agricultura, Imigração e Colonização).
Em 1939, se deu a fundação de Lucélia, cujas terras pertenciam às comarcas de Araçatuba, Guararapes, Martinópolis, Tupã e Valparaíso. Em 1944 Lucélia foi elevada à categoria do Distrito de Paz, Município e Comarca, pelo Decreto-Lei Nº 14.334, de 30 de novembro de 1944.
A base econômica sempre foi a agricultura, em um território formado por pequenas, médias e grandes propriedades, com grande destaque para a produção de café, amendoim e algodão, o que impulsionou o setor, fazendo se estabelecer na cidade uma grande estrutura para processamento e armazenamento dessa produção. O cenário econômico mudou a partir dos anos 70, com o ingresso da pecuária no campo.
A partir dos anos 80, com o lançamento do Proálcool, do governo federal, que estimulou o plantio de cana-de-açúcar para a produção de álcool combustível, essa atividade econômica se estabeleceu na cidade, e se tornou um marco econômico local e regional. Em torno da indústria de bioenergia, estabeleceu-se uma ampla cadeia de setores secundários, que empregam muitos trabalhadores e movimentam a economia local, um termômetro determinante para a atividade econômica da cidade, com reflexos diretos em todos os setores do Município. (Ass. Comunicação da Prefeitura de Lucélia)
Formado em engenharia civil em 1914, Luiz Ferraz de Mesquita iniciou sua atividade profissional na demarcação judicial das terras da Fazenda Monte Alegre, à margem direita do Rio do Peixe, quando a Estrada de Ferro Sorocabana atingia com suas linhas, em tráfego, a cidade de Assis. Nessa época, Monte Alegre é denominação vaga que servia para designar todas as terras entre os rios do Peixe e Aguapeí, aproximadamente de Bastos até a barranca do Rio Paraná.
O trabalho de demarcação terminou em 1918 e ele recebera terras como pagamento de seus serviços. Ainda em 1918 empreendeu Luiz Ferras de Mesquita a primeira abertura de uma clareira na mata virgem à margem esquerda do Ribeirão Baliza, onde se localizaram as primeiras famílias chefiadas pelo patriarca Benedito Lopes. Todavia, a colonização da referida região foi iniciada praticamente por volta de 1927, quando Luiz Ferraz de Mesquita iniciou a abertura e formação da Fazenda Baliza e a seguir de Santa Cecília. Nessa mesma época chegaram os primeiros imigrantes Russos e outros Eslavos, que negociando com Luiz Ferraz de Mesquita, se estabeleceram nos bairros de Baliza e Água Grande.
Os colonos, principalmente estrangeiros que compravam terras de sua propriedade, tinham que parar no Baliza para iniciar a derrubada das terras que havia adquirido, o que fez dela um patrimônio centro de colonização, tendo o Luzi Feraz de Mesquita que instalar uma serraria e uma máquina de beneficiar arroz.
Em 1929, João de Arruda, abrindo uma clareira na mata virgem construindo o primeiro rancho, dando origem ao patrimônio chamado “Zona da Mata”, ou seja, a origem da atual Lucélia, com cerca de dez a doze casas.
A cidade de Lucélia, sede do município do mesmo nome não surgiu ao acaso, mas de um plano urbanístico e econômico idealizado pelo engenheiro Luiz Ferraz de Mesquita. Para não arcar sozinho com toda a responsabilidade de vendas de lotes, procurou associar-se a Max Wirth e à CAIC (Companhia de Agricultura, Imigração e Colonização). Em 1939, se deu a fundação de Lucélia, no município de Martinópolis, 6 Km do distrito de Baliza.
Feito o traçado da cidade, ergueu-se na avenida principal que é ponto mais alto do espigão divisor das águas do Peixe e Aguapeí. Uma capelinha foi erguida em 24 de junho de 1939, quando foi realizada a primeira missa do povoado , pelo padre Gaspar Cortez Aguilar.
Lucélia desenvolveu rapidamente em virtude econômicas das terras. É curioso observar que até 1944 as terras de Lucélia pertenciam às comarcas de Araçatuba, Guararapes, Martinópolis, Tupã e Valparaíso. A própria povoação estava assim dividida: do lado direito da atual Avenida Internacional (do início até a atual praça José Firpo), pertencia ao município de Guararapes; continuando até onde estava a Indústria de Óleo Granol, pertencia ao município de Valparaíso. Do lado esquerdo da Avenida Internacional (do início até a altura da Granol), pertencia ao município de Martinópolis.
Graças ao prestígio do seu fundador, Lucélia foi elevada de uma só vez à categoria do Distrito de Paz, Município e Comarca pelo Decreto Lei Nº 14.334 de 30 de novembro de 1944. O município de Lucélia foi criado com sede no povoado do mesmo nome e com terras desmembradas dos municípios de Andradina, Valparaíso, Guararapes, Martinópolis, Presidente Prudente, Presidente Bernardes, Santo Anastácio e Presidente Venceslau. O referido município contou inicialmente com os Distritos de Paz de Aguapeí do Alto (Flórida Paulista), Guaraniúva (Pacaembu) e Gracianópolis (Tupi Paulista).
A partir de 1939, Luiz Ferraz de Mesquita fez de tudo por Lucélia e conseguiu oito estradas convergentes, sendo três de acesso à Estrada de Ferro Sorocabana (Rancharia, Martinópolis, Presidente Prudente), três para a estrada de Ferro Noroeste (Valparaíso, Gararapes e Araçatuba) e as duas de saída e chegada pelo espigão da Companhia Paulista.
Com a elevação de Lucélia a município na época da Ditadura, o seu primeiro prefeito foi nomeado pelo interventor estadual, que na época Adhemar Pereira de Barros, concunhado do Dr. Mesquita em que recaiu a nomeação de prefeito.
Desde a elevação de Lucélia a município, somente o Dr. Luiz Ferraz de Mesquita fora nomeado Prefeito pelo Interventor Estadual (Governador do Estado). Todos os demais foram eleitos democraticamente. (Colaboração: Marcos Vazniac).
Luiz Ferraz de Mesquita, fundador da cidade, foi um verdadeiro bandeirante dos tempos modernos.
Nas primeiras décadas deste século, em pleno sertão bruto do noroeste do Estado de São Paulo, viveu acampado, em grandes trabalhos de geodésia. Derrubou florestas e abriu estradas, trabalhos que lhe renderam como pagamento a área onde anos mais tarde pôde realizar o sonho de sua mocidade ativa e empreendedora: fundar uma cidade.
Da união da sílaba LU de seu nome e da sílaba C E do nome de sua esposa Cecília, acrescidos da desinência LIA, tão comum nas cidades da vizinhança, tais como Gália, Cabrália, Marília, surgiu o nome LUCÉLIA.
Tornada Comarca na década de 1.940, Luíz Ferraz de Mesquita foi seu primeiro prefeito municipal, ocorrendo na gestão, a primeira eleição para presidente da República, depois da ditadura Vargas, sendo eleito o Marechal Dutra.
Faleceu em Lucélia no dia 14 de novembro de 1.960, deixando a viúva, os 10 filhos e mais de 30 netos, e a comunidade pela qual sonhou e viveu. (Colaboração: Marcos Vazniac).
A história da cidade de Lucélia começou a ser escrita alguns anos antes de sua emancipação política, ocorrida em 1.944. Antecedendo esse período, um grupo de imigrantes Eslavos (russos, romenos, búlgaros e ucranianos)construíram um povoado situado no Bairro Baliza.
Ali construíram suas casas incluindo um cemitério, mas a colônia dos eslavos não prosseguiu.
Com a fundação de Lucélia, o Bairro Baliza desapareceu e nada restou no local. Os moradores desta colônia acabaram mudando para outras cidades como São Paulo, Campinas, Maringá e Curitiba.
Um destaque sobre a colônia eslava do Bairro Baliza, é que os imigrantes oriundos da Rússia, não aprenderem a falar o português nativo. (Colaboração: Marcos Vazniac).
Por dentro da história de Lucélia: a futebol médio (society) foi inventado na cidade.
O futebol médio, também chamado futebol suíço ou futebol society, foi idealizado em Lucélia no ano de 1966, e reconhecido como invenção da Capital da Amizade, conforme Registro de Títulos e Documentos da Comarca de Lucélia, sob o n.º 185 do Livro B e, publicado no Diário Oficial do Estado, em Ineditoriais, na página 2, do dia 18 de março de 1978.
Seus fundadores são Hamilton Di Stéfano e Paschoal Milton Lentini. Desta idealização, surgiu o esporte que hoje é praticado em todos os Estados do Brasil.
Nas grandes cidades, são jogadas partidas entre funcionários, empresários e a origem deste esporte está em Lucélia, conforme registros do Tênis Clube de Lucélia, Jornal Folha de Lucélia, O Divulgador, Revista O Divulgador, Rádio Difusora de Lucélia e também a Rádio Bandeirantes de São Paulo.São 18 as regras do futebol-médio, conforme regulamento oficial, registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos da comarca de Lucélia.
De lá para cá, diversos torneios foram disputados em Lucélia, milhares de partidas são disputadas por esse Brasil afora. (Colaboração: Marcos Vazniac).
Data de 1º de janeiro de 1.943 a fundação do Aeroclube de Lucélia, com a finalidade de proporcionar aos associados a aprendizagem do exercício da aeronáutica em aeroplanos de pequeno e médio porte.
Sua fundação foi articulada por um grupo de pioneiros, tendo como principal colaborador Dr. Luiz Ferraz de Mesquita.
Ao longo de sua existência o aeroclube jamais deixou de funcionar, formando pilotos de Lucélia, da região e principalmente de vários estados do Brasil.
O primeiro hangar do Aeroclube de Lucélia foi construído em 1943. A pista de pouso era localizada na Vila Rancharia. Hoje no local do Hangar está construído o Colégio Missionário das Irmãs de São José de Cluny (Colégio das Freiras).
De suas fileiras, saíram grandes nomes da aviação comercial. Nas épocas áureas, proporcionou emocionantes eventos aeronáuticos, com apresentação da esquadrilha da Fumaça, com os famosos aviões T-6M.
Seu Estatuto encontra-se registrado no 2º Cartório de Registro de Imóveis de Presidente Prudente, aos 18 dias do mês de janeiro de 1.943, pois naquela época Lucélia ainda não era Comarca. (Colaboração: Marcos Vazniac)
Na década de 60, o Aeroclube de Lucélia era o 3º do país em formação de pilotos. Neste período, o Aeroclube recebia jovens de diversas cidades do estado de São Paulo e também do Mato Grosso e Paraná, que aprendiam a pilotar um avião aqui em Lucélia.
Neste período áureo, o Aeroclube foi destaque nacional, sendo fonte de inspiração para uma matéria jornalística na extinta Revista Realidade, da Editora Abril, que na época ao lado da Manchete eram as principais revistas do Brasil.
O repórter José Severo, acompanhado do fotógrafo Armando Chiodi, vieram para Lucélia com o objetivo de fazer uma matéria sobre o primeiro vôo de um piloto. O jornalista da Realidade acabou tomando o banho de óleo e voltou com a matéria “VOEI”, onde relata passo a passo sua estadia em Lucélia, a vida cotidiana da pequena e jovem cidade da Nova Alta Paulista, seus personagens populares, intrigas e o dia a dia da aula de pilotagem que ele teve no Aeroclube de Lucélia, com o instrutor Cassimiro Anheschivich, mais conhecido como “Russo”.
Na reportagem, é relatado que o Aeroclube de Lucélia apresentava na época o maior índice de aprovação do interior do Brasil, ficando na honrosa terceira colocação, atrás apenas do aeroclube e da escolinha de São Paulo. Lucélia recebia estudantes de várias localidades. Todos os anos apareciam candidatos de todos os cantos do Brasil, sem dinheiro, sem bagagem e sem nada a prometer, apenas com o certificado de aprovação num exame teórico, pedindo que os ajudassem a ser piloto.
Esta fama de Lucélia possuir o melhor Aeroclube do Brasil era pelo preço cobrado, barato para a época. O preço por hora aula era três a quatro vezes inferior ao preço cobrado nas grandes cidades. O valor cobrado pelas aulas não cobria as despesas com gasolina e, a sobrevivência do Aeroclube se dava com rifas, quermesses e doações.
O repórter da Realidade recebeu instruções de vôo com Cassimiro e também passou pela experiência de voar sozinho e tomar o tradicional banho de óleo.
Era costume logo após realizar seu vôo solo, o piloto ser recebido com festa, tendo suas roupas rasgadas e acabar tomando banho de 20 litros de óleo, ficando com o corpo coberto. (Colaboração: Marcos Vazniac)
.
.
.
.